Sete adolescentes foram brutalmente assassinados dentro dos Centros de Atendimento Socioeducativo (Cases) de Pernambuco no ano de 2012. Até abril de 2013, já ocorreram três mortes. A maioria dos homicídios chocou a sociedade pela crueldade e barbárie. As vítimas foram atacadas sem chances de defesa, torturadas até a morte e tiveram seus corpos queimados e esquartejados.
Durante uma rebelião em janeiro do ano passado, no Case do Cabo de Santo Agostinho, um dos três internos mortos foi decapitado e teve a cabeça arremessada para o lado de fora da unidade, enrolada em um lençol coberto de sangue. O corpo foi posto de cabeça para baixo dentro na quadra de esportes. “A intenção deles é chocar. Se em uma unidade os adolescentes matam e cortam a cabeça, os internos da outra vão querer matar dois e decapitar também”, é o que acha um agente que preferiu não se identificar.


Depois da rebelião do último dia 30 de novembro, no Case de Abreu e
Lima, quando um jovem foi morto e esquartejado pelos internos e teve a
cabeça e um dos braços jogados para fora do muro e uma das pernas
pendurada na cerca de proteção, o Governo do Estado decidiu que viaturas
do Batalhão de Choque ficariam de plantão 24h em frente às unidades do
Cabo e de Abreu e Lima. De lá pra cá, não foi registrada nenhuma
rebelião grave nos dois centros do Grande Recife, porém, em fevereiro
desse ano, mais mortes violentas acontecerem do Case de Caruaru, no
Agreste do Estado. Dois adolescentes foram assassinados a golpes de
faca. Um teve o braço cortado e o outro, a cabeça. Depois os corpos
foram queimados.
“A crise de hoje é resultado de anos de negligência. São várias as ações
já apresentadas pelo Ministério Público pedindo providências, nós do
Fórum de Direitos Humanos também encaminhamos um relatório para a OEA
(Organização dos Estados Americanos) com denúncias de falta de estrutura
e tortura por partes de ASEs (Agentes Sócioeducativos).
O pedido de providências está em análise”, afirmou a representante do
Fórum de Direitos Humanos, Eleonora Pereira. Em 2011, uma comissão do
Conselho Nacional de Justiça (CNJ) também realizou uma inspeção nos
Cases e chegou a classificá-los como as piores unidades de reeducação de
adolescentes do País.
Pressionado pela opinião pública e com o risco de receber críticas de instituições de direitos humanos internacionais, o Governo do Estado decretou no dia 18 de fevereiro, através de publicação no Diário Oficial, “situação de emergência” no sistema da Funase. Além de poder contratar e realizar obras sem licitação, as ações coordenadas pelo secretário da Criança e da Juventude (SCJ), Pedro Eurico, incluiu abertura de concursos, seleções simplificadas e promessas de cursos profissionalizantes para os menores.
Na gestão do secretário, alguns dirigentes de Cases também foram substituídos, como no Cabo de Santo Agostinho. Há três meses, Tatiana Moraes assumiu a coordenação do local e conseguiu implantar algumas mudanças. A principal foi fazer a relocação dos meninos nos seis pavilhões, separando por idade. “Quando resolvi fazer isso, algumas pessoas disseram que era loucura, que teria briga entre os comandos. Mas fizemos toda uma preparação e os meninos não tiveram resistência, também ficaram melhor acomodados, pois havia pavilhões com muito mais internos do que em outros. A situação irá melhorar ainda mais quando o anexo em construção ficar pronto. Temos muito trabalho pela frente, mas vontade de mudança”, explicou.
É fato que o plantão do Batalhão de Choque em frente à unidade contribui para inibir qualquer reação dos internos, mas todos os adolescentes entrevistados pelo Portal NE10 afirmaram que a convivência no local melhorou um pouco depois da chegada da nova diretora. “Antes a gente ficava o dia todo preso dentro da cela, só podia sair nos dias de visita ou para jogar 20 minutos de bola. Agora as brigas diminuíram e a gente pode passear pelos pavilhões”, disse.
Pressionado pela opinião pública e com o risco de receber críticas de instituições de direitos humanos internacionais, o Governo do Estado decretou no dia 18 de fevereiro, através de publicação no Diário Oficial, “situação de emergência” no sistema da Funase. Além de poder contratar e realizar obras sem licitação, as ações coordenadas pelo secretário da Criança e da Juventude (SCJ), Pedro Eurico, incluiu abertura de concursos, seleções simplificadas e promessas de cursos profissionalizantes para os menores.
Na gestão do secretário, alguns dirigentes de Cases também foram substituídos, como no Cabo de Santo Agostinho. Há três meses, Tatiana Moraes assumiu a coordenação do local e conseguiu implantar algumas mudanças. A principal foi fazer a relocação dos meninos nos seis pavilhões, separando por idade. “Quando resolvi fazer isso, algumas pessoas disseram que era loucura, que teria briga entre os comandos. Mas fizemos toda uma preparação e os meninos não tiveram resistência, também ficaram melhor acomodados, pois havia pavilhões com muito mais internos do que em outros. A situação irá melhorar ainda mais quando o anexo em construção ficar pronto. Temos muito trabalho pela frente, mas vontade de mudança”, explicou.
É fato que o plantão do Batalhão de Choque em frente à unidade contribui para inibir qualquer reação dos internos, mas todos os adolescentes entrevistados pelo Portal NE10 afirmaram que a convivência no local melhorou um pouco depois da chegada da nova diretora. “Antes a gente ficava o dia todo preso dentro da cela, só podia sair nos dias de visita ou para jogar 20 minutos de bola. Agora as brigas diminuíram e a gente pode passear pelos pavilhões”, disse.
Já em Abreu e Lima, não há sinais de melhora. Na
madrugada do último dia 8 de abril, um adolescente foi enforcado por
colegas de cela enquanto dormia. Ele só estava há oito dias na unidade.
“Eles (os internos) estão acuados com a presença do Choque e, segundo as
lideranças, já extrapolou o tempo para uma nova rebelião. Por isso
resolveram matar dentro da cela”, alertou um agente que trabalha na
unidade.
Extraído de:
http://especiais.ne10.uol.com.br/por_tras_do_muro/internas/rebeliao.html
Extraído de:
http://especiais.ne10.uol.com.br/por_tras_do_muro/internas/rebeliao.html
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